Cadu MouraO filme “O Chamado da Floresta” é a terceira repaginação para cinema adaptada do livro “O Apelo da Selva” escrito por Jack London, sendo as anteriores os filmes “O Grito da Selva” (1935), protagonizado por Clark Gable, e “Catástrofe na Selva” (1972), protagonizado por Charlton Heston.
Apoiado na tecnologia digital com CGI, o filme nos traz a história do cachorro Buck, que é raptado por um traficante de animais para ser usado em expedições no Alaska, na busca por outro na região de Yukon em plena corrida pelo ouro nos Estados Unidos.
O efeito CGI que permite um intérprete realiza os movimentos do cão – cuja imagem foi escaneada do cachorro da esposa do diretor, uma mistura de São Bernardo com Pastor Escocês – é muito bem feito, e em minutos já acostumamos nossa percepção de vemos ali um animal de instinto muito forte, que cresce a cada ato da história.
Todas as experiências e lições que o cachorro vai absorvendo em sua caminhada é bem identificada e resolvida mesmo sem profundidade dos grandes dramas, e os humanos com quem Buck interage sendo meros instrumentos de comunicação do que aquele cachorro sente ao longo do filme, o que funciona bem em olhares menos julgadores e que busquem simples histórias com boas mensagens.
Pode-se referenciar brevemente a jornada de Buck a filmes como “Cavalo de Guerra” (2011), que é protagonizado por um cavalo em jornada parecida, e “Na Natureza Selvagem” (2007) que, embora seja um humano, aquilo que o protagonista busca acaba sendo aquilo que Buck encontra sem saber que realmente era o que queria, sua origem pouco aceita dentro da civilização domesticado por humanos.