Oscar e Yanomamis 2023

Uma linda e importante ação, contando com um toque brasileiro, marcou a 95ª edição do Oscar. A agência de publicidade DM9, a Academia de Artes e Ciências Cinematográficas e a Associação Yanomami Urihi, juntas, selecionaram 20 artistas indicados a variadas categorias para que levassem para casa uma estatueta da divindade Omama, considerado o protetor da Amazônia e do povo Yanomami. A ação é um protesto assertivo contra o garimpo ilegal nas nossas florestas, principalmente em território indígena na Amazônia. A estatueta brasileira não é composta por nenhum metal precioso.

A extração do ouro ilegal tem uma severa importância para aqueles povos e seu meio de vida. Cenário é o pior possível e, por isso, a necessidade do alerta ao planeta e a pessoas muito influentes, como a vencedora de Melhor Atriz Michelle Yeoh, Ana de Armas, Paul Mescal e Cate Blanchett. Alguns dos artistas escolhidos. Além de terem levado o símbolo da divindade Omama, levaram também um filme, via redes sociais, em que o líder Yanomami, Junior Hekurari, faz um alerta, em suas palavras, grifando que o ouro para aquele povo é “morte e destruição”. 

A revista Remote Sensing apontou que, nas nossas terras indígenas na Amazônia Legal, a exorbitante mineração chegou, em 2020, a 102km2 explorados. Este trabalho minucioso foi realizado por pesquisadores do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e da Universidade do Sul do Alabama, dos Estados Unidos. Vale lembrar que nossa Polícia Federal vem fechando o cerco a um perverso esquema de contrabando com base em garimpos ilegais desde 2020 e o resultado é de 13 toneladas de ouro extraídas, num total de R$ 4 bilhões movimentados.

Alguns outros que receberam tal alerta e homenagem na noite de 12 de março foram Angela Bassett, a vencedora de Melhor Atriz Coadjuvante Jamie Lee Curtis, Barry Keoghan, o vencedor de Melhor Ator Coadjuvante Ke Huy Quan, o vencedor de Melhor Ator Brendan Fraser, Colin Farrell, Austin Butler.