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7Nota da Hybrido
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9.3

Olivier Assayas em seu mais recente filme “Vidas Duplas” nos trouxe um trabalho um tanto reflexivo, através de diálogos entre seus personagens, basicamente sobre a vida moderna e as novas relações humanas com a cultura e entre eles próprios.

Alain (Guillaume Canet) é um editor bem-sucedido às voltas com seu casamento com Selena (Juliette Binoche), uma atriz que busca um desafio mais profundo do que trabalhar em séries de TV, e com um relacionamento extra-conjugal com uma colega Laure (Christa Teret), adepta do mercado digital frente ao impresso.

Já Selena também tem uma relação extra-conjugal com um dos clientes do marido, o romancista Léonard (Vicent Macaigne), que tenta encampar mais um projeto de não-ficção junto à Alain, que ainda segue reticente. Léonard é casado com Valérie, uma assessora parlamentar pragmática e cética, porém apaixonada pelo marido.

Assayas constrói a intrincada narrativa em meio a refeições, eventos sociais ou diálogos pós-relações amorosas, sempre inserindo nos debates a questão das novas e antigas formas de se relacionar e se expressar enquanto indivíduos, o que acaba se diluindo a um proselitismo inerente à classe social retratada no filme, que nos tira um pouco da proposta.

Os atores representam bem seus papéis nessa crítica social de Assayas, mas nada brilhante ou a ser destacado, numa obra que foca essencialmente em temas e nos diálogos provenientes destes temas que parecem bastante sensíveis ao cineasta, mas que não motiva tantos debates e reflexões como pretendia.