“CHAOS WALKING (EUA, 2021), de Doug Liman
6Pontuação geral
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7.5

Chaoa Walking é uma ficção científica com pitadas de western que se passa num futuro em que a humanidade abandonou a Terra para colonizar outros mundos.
Acompanhamos a trajetória de Todd Hewitt, adolescente, filho de fazendeiro, em um planeta dominado por terráqueos – homens – que são atormentados pelo “ruído” – projeção visual e sonora do pensamento deles – karma resultante do combate entre terráqueos e os nativos deste planeta.

Não há nenhum sinal de mulheres – já que os nativos teriam exterminado todas. Um dia, uma nave cai no planeta e a única sobrevivente é uma mulher – Viola – que tem que lidar com o fato de ser a única da sua espécie. E ela conta com ajuda de Todd.

O filme abre uma porta interessante para a discussão acerca da diferença entre o masculino e feminino, no que diz respeito aos conceitos criados por nós, como sociedade, ao classificarmos que os homens possuem pensamentos mais práticos, e, portanto, seriam mais fáceis de lidar, ao passo que as mulheres trabalham com uma mentalidade mais articulada e questionadora e, por isso, mas intrigante – o que, por muitas vezes, acaba causando estranhamento, medo e insegurança – reação que o núcleo masculino do filme tem diante da aparição de Viola.

O roteiro ainda foca a individualidade do ser humano no que se refere à sua existência. Como ser dono de sua própria mente se ela está exposta a quem quiser ver? De fato, o mote é interessante e trabalha com conceitos que, se bem explorados, e somados a um elenco e produção grandiosos, é receita de bolo para filme bom.

Infelizmente o que temos aqui é um bolo um pouco murcho. A aposta da narrativa acaba sendo um tiro no pé, ao passo que são apresentados diversos elementos que não são fundamentados ou sequer desenvolvidos, nos deixando mergulhados nas incertezas ou no descaso com as informações fornecidas. Nem o ótimo elenco – Tom Holland, Mads Mikkelsen e Daisy Ridley – faz com que o filme se desenvolva satisfatoriamente.

O filme é a adaptação do livro homônimo escrito por Patrick Ness, um dos responsáveis pelo roteiro, o que evidencia a dificuldade da manutenção da qualidade do material para linguagem cinematográfica.