“True Things” (2021), de Harry Wootlliff
7Pontuação geral
Votação do leitor 2 Votos
8.5

Onde: Cinemas

Com passagem pelos Festivais de Toronto e Veneza, o longa True Things é um dos filmes de abertura da 45ª Mostra Internacional de cinema de São Paulo, que teve início essa semana e se estende até o dia 3 de novembro. Nele acompanhamos Kate (Ruth Wilson), uma mulher extremamente carente e depressiva, que parece vagar pela vida se agarrando a tudo e a todos, sem rumo. Suas relações são transitórias e inconstantes, reflexo de seu claro deslocamento perante a árdua obrigação de existir.

Em mais um dia de sua vida automatizada, ela atende um cliente chamado Blond, um homem atraente, do tipo rebelde sem causa e sem muitas informações – o que se traduz no próprio nome da personagem – sendo ‘Blond’ (loiro) o único dado pessoal que nos é fornecido. Desse encontro, resulta uma relação completamente líquida, ilusória e destrutiva. E o filme permanece dramaticamente estático no que diz respeito ao relacionamento tóxico entre eles, à medida que opta por representar um modus operandi, ao qual o público já está bastante acostumado.

Entretanto, o filme ganha força quando arrisca se aprofundar nas questões psicológicas da protagonista, que transitam entre o universo ilusório projetado pela personagem e por sua transformação e apropriação da consciência do mundo ao seu redor e a sua existência nele; culminando, de forma catártica, numa linda e sensível cena na qual Kate transita pela Espanha, observando e absorvendo o seu entorno e “presentificando” sua existência.

A obra é baseada no romance de Deborah Kay Davies, “True Things About Me”, e a escolha da diretora Harry Wootliff por planos intimistas é mais que acertada quando temos dois atores como Tom Burke (sempre com uma presença eletrizante) e Ruth Wilson (que também assina a produção, junto a Jude Law).

Esta cabine foi feita a partir da 45ª @mostrasp

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