Weezer "Ok Human"
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8.8

‘Ok Human’ é daqueles álbuns divisores de água, ou você gosta ou odeia. Rivers Cuomo fez um disco totalmente difícil de absorver. Entender a proposta e finalidade de Ok Human é algo totalmente complicado. Rivers é um cara irônico demais, saber o que se passa em sua cabeça é caminhar por um labirinto.

As bases que compõem a obra são diferentes daquelas que estamos acostumados em relação ao Weezer. As guitarras aqui são substituídas por teclados e orquestras. Em certos momentos parece um musical. Um disco de canções eletroacústico, com letras confessionais. A primeira impressão que fica ao ouvir ‘Ok Human’ é se realmente é um disco do Weezer, ou um projeto do seu Frotman Rivers Cuomo?

É difícil caracterizar um disco do Weezer como bom ou ruim. Estamos falando de uma banda que lá em meados de 1994, surgiu com um álbum de estreia homônimo sensacional, com guitarras grudentas e melodias notáveis, de ficar rodando horas e horas na cabeça. Aí veio Pinkerton (1996), um disco relevante e importante na trajetória da banda. Weezer (Green Álbum,2001), repleto de sucessos.

Enfim, por mais que os últimos lançamentos não sejam superiores ou comparáveis com os primeiros, ainda estamos falando de Weezer. Então classificar Ok Human como um álbum ruim e desnecessário, é uma missão árdua, você fica ali em meio termo. É um disco diferente, difícil, abstruso; talvez a mudança das guitarras pela orquestra tenha sido um ponto negativo, até porque a orquestra aqui não foi muito bem aproveitada. Mas é um álbum que tem sim, boas canções.  Fica ali no estilo montanha russa sobe e desce. Eu diria que é um álbum ousado, pela iniciativa de mudar, fazer algo novo, sair da zona de conforto. Algo que aconteceu com o Foo Fighters em ‘Medicine At Mindight’. Só para citar um exemplo. Foram duas bandas que entregaram trabalhos diferenciados.

Ok Human causa uma certa estranheza na primeira audição, você fica ali meio sem entender ou compreender o proposito de um álbum com uma sonoridade tão longe do Weezer. Como disse, um álbum difícil de digerir assim de primeira, você precisa ir ouvindo ele aos poucos e, ir percebendo sua magia nos detalhes de canções como “All My Favorite Song”, “Numbers” e “Bird With A Broken Wing”, que apesar de toda estranheza no contexto do álbum, são canções muito bonitas. E “Numbers” pode ser a canção mais linda de Ok Human.

Enfim, não é um álbum ruim, mas também não é um dos melhores da banda. Fica ali mediano. Um álbum com canções bonitas que talvez se fossem trabalhadas no estilo básico do Weezer com guitarras, baixo e bateria e um teclado aqui e ali, o resultado teria sido bem melhor e com uma recepção mais positiva e com menos conflitos de ideias em relação a obra. Em um contexto geral, após algumas audições, o disco foi descendo, ganhando forma e  me agradou, me lembrou muito, Ben Folds e Beatles em algumas canções. pode ser que com o tempo as opiniões em relação a Ok Human,  ganhem  formas diferentes, ou o disco entre para aquela famosa lista do Rock de álbuns injustiçados pela critica.