URSINHO POOH: SANGUE E MEL, de Rhys Frake-Waterfield
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4.9

 

Há tanto a ser dito ou, no caso, escrito, acerca do filme “URSINHO POOH: SANGUE E MEL que confesso que nem sei por onde começar. Talvez deva começar pelo mais importante: se você tem apreço pelo seu tempo livre, definitivamente esse não é o filme para você. E antes que a palavra “slasher” venha na sua mente como possível argumento, leia o texto até o fim.

Aliás, já que falei de slasher, então vamos começar por aí: a audácia da premissa da história – o fofíssimo Ursinho Pooh em versão slasher sanguinário – é o que move a curiosidade pelo filme, que, cabe dizer, até penso que talvez/quem sabe/poderia ter sido interessante nas mãos de algum diretor/produtor que de fato bancasse essa audácia. Não é o caso.

No filme, Ursinho Pooh e seus amigos, Leitão, Bisonho, Tigrão, Abel vivem na floresta e são encontrados por um menino,  o jovem Christopher Robin, que acaba por ficar amigo dos bichos fofos e alimentá-los diariamente. Até aí vamos bem.

Christopher cresce e tem de ir à faculdade, deixando seus amigos com a função de se virarem sem ele durante esse tempo – ou seja – de se virarem para buscar comida.

A incapacidade deles de conseguir comida, por conta do despreparo resultante do costume de terem sido alimentados por Christopher durante todos esses anos, somado ao inverno rigoroso, faz com que eles passem fome e se revoltem por terem sido abandonados por Christopher Robin. Com a fome extrema, a loucura sobressai e eles decidem matar um deles em sacrifício, o que faz com que enlouqueçam de vez e jurem vingança a Christopher Robin.

Quando Christopher leva sua noiva até a floresta para conhecer seus amigos, se depara com monstros sanguinários e impiedosos, movidos pelo ódio e pela vingança.

É a partir deste ponto que, ainda que você tenha se segurado para aguentar o desenrolar da trama, você começa a sofrer – e não por medo ou susto.

A narrativa se embola de um jeito sem sentido algum, com a inserção de personagens que funcionam como fantoches para descarte, com a fetichização do feminino e  exploração do corpo feminino, retroagindo anos de avanços nesse sentido.

A caracterização trash das personagens ainda vai de encontro com atuações péssimas, forçadas e non sense. A cereja do bolo são cenas de sangue, luta e tortura sem a menor produção, qualidade ou investimento – ou seja, nem a parte slasher se salva.

Pode parecer dura a crítica, mas não tem como ser diferente a partir do momento em que você se depara com um filme que tem todos os elementos citados, sem a menor pretensão de bancar a trashzeira, pelo contrário, com toda a pretensão de ser realmente uma franquia slasher de sucesso e pompa.

Vale dizer que existem diversas teorias que cercam a história do Ursinho Pooh, como exemplo a de que cada uma das personagens seria uma metáfora para doenças psíquicas ou até mesmo, como simbolismo para drogas ilícitas, de forma que poderiam ter sido caminhos mais interessantes de exploração.

Entretanto, o filme escolhe se utilizar da preguiça do Ursinho Pooh para incapacitá-lo e transformá-lo em um sanguinário sem noção e sem qualidade, fazendo um desserviço à obra de Alan A. Milne.

Por fim, encerro dizendo que a coisa mais assustadora de “Ursinho Pooh: Sangue e mel” é saber que a sequência já está em produção.

 

Ursinho Pooh: Sangue e Mel – Trailer legendado [HD]

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